Ontem dia 21 de abril foi dedicado à
memória de Tiradentes, Joaquim José da Silva Xavier, Patrono Cívico e Herói
nacional, o único dos líderes da Inconfidência Mineira a ter sua condenação à
morte concretizada. Por sua atuação na revolta provocada pelo excesso de
impostos cobrados pela Coroa Portuguesa é também denominado Patrono dos
Contribuintes.
Em 1700, Portugal impôs ao Brasil o “quinto”, correspondente à arrecadação de 1/5 de todo o ouro extraído. Entretanto, nos últimos 30 anos do século 18, com a decadência da mineração e a consequente diminuição do volume arrecadado, as autoridades portuguesas passaram a exigir o mínimo de 100 arrobas (1.470 kg) anuais de ouro, como quinto.
Em 1700, Portugal impôs ao Brasil o “quinto”, correspondente à arrecadação de 1/5 de todo o ouro extraído. Entretanto, nos últimos 30 anos do século 18, com a decadência da mineração e a consequente diminuição do volume arrecadado, as autoridades portuguesas passaram a exigir o mínimo de 100 arrobas (1.470 kg) anuais de ouro, como quinto.
Mas a arrecadação média entre 1774 e
1788 fora pouco superior a 60 arrobas/ano. A coroa portuguesa exigiu a cobrança
dos quintos em atraso, decretando a “derrama”, uma medida administrativa que
permitia a cobrança forçada de impostos atrasados, mesmo que fosse preciso
confiscar todo o dinheiro e bens do devedor. O total em “atraso” chegava a 596
arrobas.
O final desse episódio e suas consequências
nós já conhecemos, mas, qual a sua relação com a situação atual?
Para
avaliarmos a semelhança analisemos a evolução da Carga Tributária - impostos e
taxas arrecadados pelos Governos Federal, Estaduais e Municipais - em relação
ao PIB - Produto Interno Bruto, ou a soma de tudo o que se produz no país.
1950 - 14%; 1960 - 17%; 1970 - 26%; 1980 - 24%;
1990 - 28%; 2002 - 31,8%; 2003 - 31,4.%; 2004 - 32,2%;
2005 - 33,3%; 2006 - 34,2%; 2007 - 36,1% 2011 - 36,6%.
Isso sem considerar que uma mudança
na forma de cálculo efetuada em 2005 quando, mantida a metodologia anterior, o
índice chegaria a 41% e os subsequentes também teriam significativo acréscimo.
Nosso país destaca-se em dois pontos
antagônicos: Está entre os de maior Carga Tributária e, infelizmente, entre os
que menos retorno concede aos cidadãos. As despesas de custeio da máquina
pública vem crescendo na proporção de 6% ao ano enquanto que o PIB tem crescido
em média 3%, ou seja, a cada ano que passa mais dispendioso está esse custeio.
Podemos ver pelo “Impostômetro”
mantido pela Associação Comercial de São Paulo - www.impostometro.org.br, que
estima em tempo real o quanto se paga de impostos no país. Embora o número seja
elevadíssimo ainda é abstrato demais. Trilhões e bilhões de reais não
significam nada na escala individual da vastíssima maioria dos cidadãos. Porém,
ir ao supermercado, deixar lá R$ 50 e saber exatamente qual parte desses R$ 50
foi para o governo e qual parte foi para o dono do supermercado pode significar
muito. Guardando notas fiscais, o cidadão poderia saber o quanto pagou de
impostos num dado período e teria com o governo uma relação muito mais direta e
significativa. Sabendo o quanto o governo custa para ele próprio, ele poderia
inclusive formular suas opiniões políticas mais responsavelmente, sem supor que
o governo é uma força mágica movida a “vontade política”.
Devemos nos conscientizar que, entre
os direitos humanos, a liberdade econômica também é indispensável para a
liberdade do indivíduo. Subjugação tributária é um ato contra o direito
individual.
Aprendamos com a história: somente um
povo que tenha também liberdade econômica é um povo livre.
Sivaldo
Dal-Ry
Consultor
Empresarial
43 9109-5345
Londrina - PR
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