Para que o preço obtenha resultados satisfatórios
no curto, médio e longo prazo, alguns pontos devem ser observados. É importante
lembrar que a definição do preço de venda tem efeitos para a empresa não apenas
no curto prazo. No longo prazo, ele trará consequências de alguma forma.
Os pontos a observar na
formação de preços são os seguintes:
Rateio dos custos comuns entre produtos e serviços: Esta é uma tarefa mais difícil de executar porque
qualquer critério de rateio escolhido implica algum grau de subjetividade e,
consequentemente, desvios.
Variação no volume de produção: Diversos custos são conhecidos pelo seu valor
total e depois divididos pelo volume de produção ou operação para se chegar ao
custo unitário, essa variação implica em incertezas no decorrer do período
analisado, ou seja, somente após conhecer-se o real volume produzido pode-se
chegar ao custo unitário.
Impostos: Empresas incluídas no Super Simples, a alíquota de tributação em cada
mês depende do faturamento nos doze meses anteriores. Assim, para estimar
adequadamente a alíquota média de tributação ao longo de um ano, é necessário
trabalhar com um período de vendas de vinte e quatro meses, sendo doze
realizados e doze projetados. O resultado a ser estimado dependerá, entre
outros fatores, do próprio preço que está sendo calculado, o que gera alguma
circularidade no cálculo do preço. Empresas enquadradas no Lucro Real tem o Imposto
de Renda e Contribuição Social que incidem sobre o resultado da empresa. Estes
exemplos indicam que a formação de preço não é processo de cálculo exato, mas
sim estimado. Ainda devemos considerar modificações legais no decorrer do
período, como desoneração de Folha de Pagamento, Substituição Tributária, e
outras modificações tão comuns em nosso país.
Custos variáveis não padronizados: Nas empresas fabris de
produção em série, normalmente, os custos
variáveis são bem padronizados. Por exemplo, na fabricação de um modelo de
mesa, o custo da madeira usada pode ser calculado de forma bastante precisa. Nas
empresas que trabalham com projetos individualizados essa padronização é
bastante complexa e exige um acompanhamento de custo variável bem detalhado. Temos
ainda o caso de empresas que aceitam vários tipos de cartões de débito,
crédito, boletos, cada um deles com custos e taxas diferentes. Por isso, para
definir o percentual de custo desse tipo de venda em relação ao total, é
necessário que se estime a parcela de venda recebida para cada modalidade. Será
preciso usar a série histórica de dados e ajustá-la a eventuais tendências
futuras para poder projetar o percentual médio desse tipo de custo variável em
relação às vendas e, consequentemente, seu peso na formação do preço.
Custos de oportunidade: Os denominados “custos não caixa” precisam
ser incluídos e, além disso, serem computados corretamente. Depreciação de
equipamentos, Custo financeiro dos Estoques, remuneração dos dirigentes, Não
podemos deixar de considerar também o custo oportunidade mais significativo que
é o custo do capital investido.
O processo de formação de preços não pode
transformar a empresa numa repassadora de custos. Deve, antes de tudo, ser
objeto de análise que eventualmente poderá mostrar que a empresa não tem
competitividade para oferecer aquele produto ou serviço e oriente os gestores a
rever a validade de mantê-lo dentro do mix de produtos/serviços da empresa.
Naturalmente estes não são todos os pontos a considerar
no processo de formação de preços da empresa, mas, todos eles são de grande
importância e devem ser analisados constantemente.
Reveja seu processo, analise as margens de contribuição
de seus produtos/serviços, ajuste o foco de sua empresa e bons lucros.
Sivaldo Dal-Ry
Consultor Empresarial em Custos e Finanças
43 9109-5345 /
9805-2817
Londrina PR